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Sequidão de estio: o que é, como surge e como vencê-la

Rev. Olivar Alves Pereira

Sequidão de estio é a seca causada por um longo período sem chuva, estiagem. O rei Davi usou essa figura para descrever o sofrimento do seu coração quando Deus pesou a mão sobre ele enquanto ele não confessou seu pecado a Deus.

Assim ele descreve sua situação no Sl 32.3-4: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio”.

Como surge a sequidão de estio?

Estes versículos nos mostram como surge a sequidão de estio, a secura da alma. A causa sempre é um pecado não confessado, embutido e escondido no coração da pessoa. Assemelha-se àqueles potinhos “tira mofo” que colocamos em armários e guarda-roupas. Eles deixam o ambiente seco porque absorvem toda a umidade do local. Assim é um pecado não confessado. A pessoa guarda em seu coração algo mortífero que mina suas forças rapidamente.

Uma pessoa que não confessa o seu pecado, do qual ela tem total consciência de que deveria confessá-lo e abandoná-lo, se torna seca por dentro. A amargura toma conta de seu coração e de seus sentimentos e isto será visto claramente em seus relacionamentos e projetos pessoais. Seus relacionamentos serão truncados; essa pessoa se tornará intratável isso porque o que ela mais quer é ter o controle de sua vida, e, por não tê-lo (porque é o pecado quem a controla) então ela tentará controlar outras pessoas com quem ela tenta se relacionar. Aí surgem os conflitos.

Nos seus projetos pessoais, essa pessoa será tomada desânimo, pessimismo e crítica. Nada tem sabor, cor ou beleza para ela. Ela perde a esperança. Nesse ponto é muito comum surgirem até mesmo doenças gastrointestinais, ou sentimentos pecaminosos como ansiedade, medo e depressão.

Como vencer a sequidão de estio?

Neste mesmo salmo Davi nos mostra como podemos vencer a sequidão de estio. Primeiramente é necessária a confissão. O v.5 diz: Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”. Davi primeiro tomou uma decisão:“Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões”; em seguida ele agiu:“Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei”.  E assim ele colheu os resultados maravilhosos: “e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”. Embora a ordem dos fatos não esteja nessa ordem aqui neste versículo, é assim que devemos agir em relação ao pecado: decisão de confessar, a confissão realizada, e, por fim, a apropriação do perdão Divino. A decisão de confessar e a confissão dos pecados quando realizada demonstra piedade (obediência) do crente. O v.6 diz: “Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te”. O piedoso não brinca com a graça de Deus, pois, sabe que ele tem um tempo para encontrar Deus, e este tempo pode acabar.

Quando o pecador que confessa o seu pecado a Deus se apropria do perdão que Ele lhe dá vê a sequidão de sua alma desaparecer, e a graça de Deus revigorar-lhe o coração. Um coração perdoado e transformado por Deus prorrompe em louvores a Ele: “Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento”.

Por fim, outro resultado maravilhoso do perdão de Deus apropriado pelo pecador que confessou seu pecado é o testemunho vivo que a pessoa se torna daquilo que Deus realizou em sua vida. Veja o que dizem os v.8-11:“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem. Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá.  Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração”. Davi após experimentar e vivenciar o perdão de Deus em sua vida e o renovo de seu coração por meio da graça de Deus, então se volta para mim e para você e nos diz que nos instruirá e nos aconselhará como devemos viver. Exorta-nos a não sermos teimosos como a mula (Oh! Quão teimosos nós somos! Dura realidade!) e não relutarmos em confessar a Deus nossos pecados, pois, quem reluta em confessar seu pecado a Deus “muito sofrimento terá de curtir” ao passo que aquele que confia em Deus (e isso implica não termos medo de confessarmos nossos pecados por causa das consequências que haveremos de sofrer) “a misericórdia o assistirá”. Por isso não há outro resultado senão o louvor a Deus uma vez que o Seu perdão for experimentado por nós.

Mas, e os v.1 e 2? Afinal só faltaram estes versículos para comentarmos. Não foi por acaso que eles foram deixados por último. O v.1 diz: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto”. Este versículo é o ponto central desse salmo. Ele mostra quão feliz é aquele que foi perdoado por Deus. O restante do salmo nos mostra como devemos agir a fim de alcançarmos tão grande bem-aventurança.

O v.2 completa essa ideia:“Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo”. Bem-aventurado quer dizer “muito, muito, muito feliz”. Sim, aquele que tem o seu pecado perdoado não tem sequidão de estio em seu coração. Ele tem a vida e a graça de Deus fazendo dele um manancial exuberante.

Ad Majorem Dei Gloriam



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