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Rev. Olivar Alves Pereira

                O capítulo 8 do Evangelho segundo João tem pedras do começo ao fim. O capítulo começa com os fariseus e escribas trazendo uma mulher acusada de adultério, a qual segundo a Lei de Moisés deveria ser apedrejada. É claro que os escribas e fariseus pouco se importavam com a disciplina daquela infeliz mulher e com a honra da Lei de Deus. O que eles queriam mesmo está revelado no v.6:

“Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar”.

Eles queriam pegar o Senhor Jesus numa contradição.

                Mas, o Senhor Jesus num ato de aparente desprezo por eles simplesmente inclinou-se e começou a escrever com o dedo na terra (v.6). Depois de tanta insistência da parte deles, o Senhor Jesus lhes respondeu:

“Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (v.7).

E o que se viu foi um grupo de senhores “respeitáveis” engolindo o fel do seu orgulho e se retirando a começar pelos mais velhos.

                Depois, a partir do v.21 vemos o Senhor Jesus em mais uma situação com os judeus, na qual Ele, em alto e bom tom, declarou três vezes “EU SOU” (v.24, 28 e 58), ou seja, Ele é Deus como o Pai o é.

                O relato dos v.21-59 nos mostra que a discussão foi bastante tensa e intensa. E diante da autoridade de Jesus e da verdade os judeus nada puderam fazer e falar. Foi aí que partiram para o método preferido deles de se resolver as coisas: apedrejamento:

“Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo” (v.59).  

                Encontramos atitude semelhante tanto nos outros como em nós mesmos. Quando nos falta a argumentação quando estamos sendo questionados somos tentados a partirmos para as pedradas e pauladas; partimos para o ataque pessoal (argumentum ad hominem) em vez de arrazoarmos com habilidade sem perdermos a compostura. Quando a verdade nos falta, as pedras entram em cena.

                Por isso mesmo, quando você estiver numa questão em que algo precisa ser esclarecido, é muito importante observar as “Quatro Regras da Comunicação Bíblica” (extraído do Manual de Autoconfrontção BCF).

1ª Regra – Seja honesto. Nesta regra é importante destacar que:

• Os seus pensamentos só são conhecidos por você, por isso externe-os. É importante dizer o que você está pensando para que as partes cheguem num acordo.

• Informação não verbal ajuda, mas, não é conclusiva. Linguagem corporal fala muito, porém, o que cada um pode entender pode ser muito diferente. Se com as palavras já corremos esse risco, o que se dirá dos gestos?! Não podemos conhecer um ao outro tentando adivinhar o que o outro está pensando.

• Honestidade é mais do que apenas não mentir. É ser franco sem ser agressivo, falando a verdade o tempo todo.

2ª Regra – Conserve-se atualizado.

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Efésios 4.26,27).

O pecado de hoje se resolve hoje. Evite deixar para resolver a questão no dia seguinte, pois, ao contrário de esfriar a cabeça e refletir melhor sobre o problema, você ficará ainda mais apegado ao pecado e ainda mais insensível à voz de Deus.

3ª Regra – Ataque o problema e não a pessoa. Leia Ef 4.29,30.

• Lembre-se de que suas palavras podem ferir. Leia com atenção Tiago 3.5-8.

• As pessoas não podem ser atacadas. Se em sua defesa você atacar alguém estará descumprindo a palavra de Deus. Foque sempre no pecado.

• Escolha as palavras orientadas para uma solução. Não mate baratas com tiro de canhão. Cada problema deve ter uma solução adequada que começa com palavras adequadas orientadas pela Palavra de Deus.

“O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!” (Provérbios 15.23).

4ª Regra – Aja! Não reaja! Aja biblicamente, encontre soluções bíblicas para agir em vez de reagir instintivamente e sem pensar. Reagir significa agir com base na ação do outro. Reações de vingança estão em desacordo com o que a Bíblia diz.

Perguntas que você deve fazer a si mesmo antes de trazer um problema à tona para ser resolvido

1. Tenho todos os fatos certos? (Pv 18.13)
2. Amor deve esconde-lo? (1Pe 4.8)
3. Minha atitude é correta? (Ef 4.15)
4. O tempo é apropriado? (Pv 15.23b)
5. Minhas palavras são amorosas? (Ef 4.15)
6. Já orei pedindo ajuda de Deus? (Pv 3.5b)

Ad Majorem Dei Gloriam