(Uma homenagem à minha filha, Ana Cristina)
A areia do tempo escoa na ampulheta da vida. Há exatos 14 anos eu a embalava, recém-nascida em meus braços. Não vi a hora de chegar aquele momento, afinal estava em desvantagem em relação à sua mãe que a embalava no ventre por 9 meses. Quando a tomei em meus braços, um misto de alegria eufórica e pavor incompetente tomou meu coração de assalto. Mas, logo me lembrei que da mesma forma que você estava em meus braços, eu também estava nos braços de Deus. A tranquilidade e a certeza de que Ele me ajudaria nessa tarefa de criar você para Ele mesmo, tomaram meu coração.
Suas cólicas, seus dentes nascendo, suas enfermidades, suas decepções, bem como sua alegria, suas conquistas, seu brilho no olhar, seu sorriso, tudo passaram a ser meus também. Vê-la crescendo na Graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, é, para mim, a maior de todas as alegrias.
Já lhe disse que sou seu principal admirador? Posição essa que disputo com sua mãe, ou melhor compartilho com ela, afinal, você é a mistura de nós dois, o resultado de um amor verdadeiro. Admiro-lhe tanto, minha filha, sem, é claro, fazer vistas grossas para o que precisa ser corrigido e direcionado para a glória de Deus.
Lembro-me de uma vez que lhe disse que se Deus tivesse me deixado escolher uma filha, eu não teria escolhido você. Naquele momento, seus olhos encheram de lágrimas, e num tom embargado e decepcionado, você me perguntou por que eu não lhe escolheria como filha. Então lhe respondi: “Eu não saberia pedir alguém tão especial assim”.
Rogarei sempre a Deus por sua vida para que nunca você se desvie da presença Dele, nunca perca de vista as orientações que Ele nos dá em Sua Palavra. Voe alto, o mais alto que puder, mas, sempre em direção a Deus. Nenhum sucesso nessa vida terá valor sem Deus; com Ele, até os fracassos são computados como eterno peso de glória.
Amo você, “Tchurrila”. Sempre a amarei.
Papai

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