Não há outra forma eficaz de tratar o pecado além da confissão sincera. Ela pressupõe arrependimento, o qual evidencia a profunda e real mudança na vida da pessoa. Quando a pessoa tem consciência de que cometeu um pecado e não busca o perdão de Deus por meio do arrependimento e confissão, este pecado cauteriza a consciência.
Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo ao falar sobre os últimos tempos afirmou: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (1Tm 4.1-2). Os apóstatas trocarão o ensino seguro da Palavra de Deus por ensinos de demônios, ou seja, ensinos enganosos trazidos por indivíduos hipócritas e mentirosos os quais “têm cauterizada a própria consciência”. A palavra “cauterizada” é praticamente uma transliteração do verbo grego kausteriázo (καυστηριάζω) que literalmente se traduz por marcar com ferro quente. Se você já viu um processo de cauterização, percebeu que houve um endurecimento do tecido cauterizado. Assim, Paulo descreve que uma pessoa hipócrita e mentirosa, de tanto viver no pecado já não mais se importa e nem se incomoda com seus pecados; sua consciência está endurecida a tal ponto que ele não sente qualquer tristeza, constrangimento e vergonha diante de Deus. É exatamente isso que significa a palavra iniquidade (acúmulo de pecados não confessados). Eis a importância de confessarmos um pecado no exato momento em que formos convencidos pelo Espírito Santo de o termos cometido.
Pense numa pessoa que está atrasada para o seu trabalho. Ao olhar no relógio vê que que tem bem menos tempo de que necessita para chegar no trabalho na hora certa. Então, açodada e toda atrapalhada derrama café em sua roupa. Mesmo estando atrasada, ela tira a roupa suja, toma um banho e veste outra roupa limpa, mesmo ficando ainda mais atrasada. E por que ela faz isso? Porque a ideia de passar o dia todo com uma roupa suja e cheirando a café lhe incomoda. Mas, por que não fazemos o mesmo em relação aos nossos pecados? Por que passamos o dia todo sem confessá-los para fazê-lo (isso se fizermos) à noite antes de dormir? Por que sujeira na roupa nos incomoda mais que a sujeira no coração? Será que já estamos num estado avançado de cauterização da nossa consciência?
Não aja com base em seus sentimentos seguindo ensinamentos tais como: “Eu preciso sentir profunda tristeza antes de confessar meu pecado, pois, se eu não a sentir minha confissão não será genuína”, ou ainda “Não sinto que Deus tenha me perdoado; preciso demonstrar ainda mais tristeza para Ele me perdoar”. Deus quer que confessemos o pecado no exato momento que tivermos consciência de tê-lo cometido; Ele quer que tenhamos ódio e repulsa pelo pecado e nos afastemos dele o quanto antes., e que nos deleitemos em Seu perdão.
O pecado é perigoso! Assim que você tiver consciência de ter cometido um pecado, busque a Deus em oração, confesse a Ele o seu pecado, e busque o perdão e purificação (cf. 1Jo 1.9). Deus quer que confessemos nossos pecados para nos revelar o que está em nosso coração. Ao nomearmos os pecados que cometemos, ficaremos envergonhados por ter algo tão vil, tão desprezível em nossa vida. E dessa forma, Deus tratará o nosso coração livrando-nos da hipocrisia para não seguirmos no caminho daqueles que estão com suas consciências cauterizadas.
Se o pecado não confessado endurece nossa consciência, a confissão de pecados não permite nossa consciência endurecer e seguir no caminho da hipocrisia.
Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam

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