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                Sempre que se fala de apresentar frutos em nossa vida espiritual, o que vem à mente é evangelizar. Sempre associamos frutos a almas que precisam ser salvas. E isso não está errado. Em Is 53.11 falando sobre a obra salvífica do Messias (Jesus Cristo) o profeta diz:

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”. As vidas salvas por Cristo Jesus são “o fruto do seu penoso trabalho”.

                Mas, no tocante à nossa vida em Cristo o fruto não é somente pessoas que foram convertidas mediante nossa pregação. Aliás, ainda que queiramos considerar tais conversões como frutos do nosso labor devemos lembrar que essas conversões não são realizações nossas, mas, sim, de Deus. E assim o fruto ainda continua sendo de Deus e não nosso.

                Em Jo 15.16 lemos:

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”.

O fruto que Cristo quer ver em nós é um fruto permanente. Mas, que fruto é esse então? Em Gl 5.22,23 sabemos que este fruto que Cristo quer ver em nós é o Fruto do Espírito que tem como características: o amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.

                Este é o fruto do Espírito, e nãos os frutos do Espírito. O que temos aqui não são vários frutos, mas, sim, várias características desse fruto. O que nos leva a vermos as seguintes verdades:

1) Quem tem o fruto do Espírito Santo tem todas essas características em sua vida

                Um crente em Cristo Jesus deve apresentar todas essas características em sua vida porque elas são resultado da presença do Espírito Santo no coração do crente. Sabemos que tal coisa é muito difícil mesmo. Às vezes é mais fácil demonstrarmos alegria e paz, mas, podemos estar em falta no tocante à longanimidade ou à bondade. Amamos com certa facilidade aqueles que são “amáveis”, mas, negligenciamos o amor aos que são “desagradáveis” a nós. O fruto do Espírito deve ser permanente em nosso coração com todas essas características.

2) O fruto é do Espírito. Quem gera esse fruto em meu coração é o Espírito.

                Essa verdade é libertadora. Deus jamais exigiria de nós que produzíssemos um fruto tão sublime, tão elevado quanto esse. Esse fruto é resultado da nova Vida que Deus nos deu por meio de Cristo (Ef 2.1-10) e que foi implantada em nosso coração por meio do Espírito Santo (Rm 5.5).

                Porém, longe de tirar de nossos ombros toda responsabilidade sobre o fruto do Espírito, Deus nos manda cultivá-lo. E essa é outra verdade sobre o fruto do Espírito:

3) A nossa responsabilidade com relação ao fruto do Espírito é a de cultivá-lo

                Cultivar é a ação que um agricultor tem com sua lavoura. Envolve coisas como: adubar, aguar, arrancar as ervas daninhas, podar, etc. Nossa vida em Cristo requer cuidados. Ela necessita ser alimentada: e este alimento só pode ser encontrado na Palavra de Deus (Sl 119). Ela necessita de pureza: devemos arrancar do nosso coração, da frente dos nossos olhos tudo aquilo que possa nos fazer tropeçar (Mt 5.29,30) e é a Palavra de Deus que nos purifica (Jo 17.17). Ela deve ser exercitada: (2Pe 3.18); o lema do crente deve ser: “Hoje melhor do que ontem, mas, não tanto quanto amanhã”.

                Para nós é impossível produzirmos em nosso coração um fruto tão sublime quanto o do Espírito Santo, porém, apesar da nossa indignidade Deus concede-nos tal graça e nos dá o privilégio e a bênção de sermos habitados pelo Seu Espírito e termos em nós um fruto tão maravilhoso.

                A última verdade que destacamos aqui sobre o fruto do Espírito Santo é que:

4) O fruto do Espírito Santo em nosso coração é o segredo da nossa felicidade

                Um coração que tem o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio resultantes da presença do Espírito Santo, com certeza será verdadeiramente feliz. Não conheço um só caso de alguém cheio do Espírito Santo e que tinha em sua vida o Seu fruto que tivesse sido infeliz. Não há “estilo” de vida mais maravilhoso do que este.

                Cultive o fruto do Espírito em seu coração!

Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam