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Aconselhamento Bíblico Noutético – Orientação Para a Vida


O que precisamos saber sobre a humildade

Ouvi alguém dizer que humildade é uma virtude que quando você descobre que a tem acaba de perdê-la.

Isto não está correto. O Senhor Jesus disse:

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29).

Note que Ele que era humilde, sabia disso, dizia que era e nos mandou aprender Dele como sermos humildes também.

                O mesmo é visto no apóstolo Paulo:

“E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde; mas, quando ausente, ousado para convosco” (2Co 10.1).

Ele sabia que era humilde e dizia isso com tranquilidade.

A humildade, nos tempos antigos, não era considerada uma virtude, mas, sim, fraqueza. Os romanos, os gregos, os bárbaros e outros povos guerreiros desprezavam a humildade porque segundo eles, ela impedia um homem de ser um guerreiro destemido e implacável diante do inimigo. Mas, essa é a concepção dos ímpios. O servo de Deus sabe que a humildade não é só uma virtude, mas, é também uma ordem que Deus nos dá. Mas, por que será que Deus quer que exercitemos a humildade? Destacamos algumas razões para isso.

Um coração orgulhoso não consegue ver sua pecaminosidade.

                “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus, não de obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).

Uma coisa que ofende um coração orgulhoso é saber que ele não merece receber alguma coisa. Desde pequenos somos treinados a fazer para merecer. Porém, quando este coração orgulhoso se depara com a Mensagem do Evangelho que diz que a salvação é somente pela Graça de Deus, e, que, portanto, não pode ser paga, comprada, ou merecida pelo esforço humano, é ferido e golpeado.

                O coração orgulhoso se ofende com essa verdade porque é incapaz de ver o quão pecaminoso ele é, e por ser pecaminoso, a única coisa que ele merece é a condenação. Iludido com sua pretensa pureza, tal coração se julga não somente bom, mas, um bem, pois, quem desfrutar da sua amizade é um sortudo. Ele se acha bom demais e até mesmo se julga superior aos demais. Leia a parábola do fariseu e do publicano contada por Jesus em Lc 18.9-14.

                Um coração cheio de si mesmo não admite que necessita do Salvador; e quem nega o Salvador não pode ser salvo. Então, seja humilde, reconheça seu pecado, admita que só Jesus pode salvá-lo, clame por Sua misericórdia.

A imitação de Cristo consiste em sermos humildes

                Há um livro que é um clássico da fé cristã escrito por Tomás de Kempis cujo título é “A imitação de Cristo”. Sempre ouvimos que devemos imitar a Cristo. Mas, em que consiste essa imitação? Em Fp 2.5-11 lemos:

5Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,  6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;  7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,  8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.  9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,  10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,  11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.

A palavra “sentimento” aqui neste versículo quer dizer “disposição mental”, “ter o mesmo pensamento dirigido a um objetivo” que aqui é a atitude que Cristo teve de Se submeter ao Pai em humildade.

                Ele subsistia (existia na mesma “substância”, autoridade) que o Pai, e, no entanto, não “julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto é, Ele não Se agarrou a isso, não Se apegou ao fato de ser Deus como o Pai quando Este quis salvar os pecadores eleitos. Em vez disso, Ele humildemente Se submeteu à vontade do Pai, tornou-Se um homem, esvaziando-Se da Sua glória, sem, contudo, deixar de ser Deus. Sua obediência O levou à morte, e morte de cruz, o estilo de morte mais desprezível, pois, era sinal de maldição (Dt 21.23). É este mesmo sentimento (humildade), esta disposição mental que deve estar em nosso coração. Devemos nos ver como iguais aos outros seres humanos, mas, nos colocarmos abaixo deles para servi-los. Quando assim agimos estamos mostrando nossa submissão a Deus que nos  ama (1Pe 4.10), pois, foi assim que Cristo agiu (Jo 13.14,15).

Não somente busque a humildade, mas, quando você a tiver, exercite-a, demonstre-a através de suas ações. Se você não sabe se tem ou não a humildade, é porque bem provavelmente, você não a tem mesmo! Assim sendo, submeta-se à poderosa mão de Deus. Lembre-se:

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3).

Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam



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