Estes são os olhos e joelhos da Igreja de Cristo nesses últimos dias. Mas, o que eles são de fato? Quais as características e consequências desses males?
Os olhos secos são a nossa incapacidade de chorar diante de Deus pelos nossos pecados:
“E, caindo em si, desatou a chorar” (Mc 14.72).
Essas são as palavras finais do versículo que narra o exato momento em que o galo cantou e Pedro lembrou-se das palavras de Jesus profetizando que ele haveria de negar ao Senhor Jesus. Nosso coração deve estar sempre contrito diante do Senhor Deus, reconhecendo a pecaminosidade latente em nossa alma. Nenhum pecado deve trazer mais lágrimas aos nossos olhos do que os nossos próprios pecados. Antes de combatermos o pecado dos outros precisamos combater os nossos (Mt 7.5). Nenhuma mazela, moléstia, enfermidade, problema ou luta é pior do que o pecado. Devemos empenhar toda a nossa vontade contra o pecado. Devemos depender de Deus totalmente para vencer esse inimigo que jaz à nossa porta à espreita para nos dominar (cf. Gn 4.7). Mas, nessa luta não podemos jamais perder a capacidade de chorar quando fracassarmos, demonstrando assim sincero arrependimento. O coração que agrada a Deus é o contrito e compungido em Sua presença (cf. Sl 51.17).
Não podemos perder a capacidade de chorar diante da maldade dos corruptos contra os fracos, dos assassinos contra os indefesos, especialmente os que apoiam atos cruéis como o aborto. Não podemos perder a capacidade de chorar com os que choram (Rm 12.15). Não podemos nos esquecer do que o Senhor Jesus disse a respeito dos Seus discípulos que choram por seus pecados:
“porque serão consolados” (Mt 5.4)
E também da promessa que Ele fez de enxugará dos nossos olhos toda a lágrima naquele glorioso dia (cf. Ap 21.4).
Quanto aos joelhos duros refiro-me a nossa displicência quanto à oração. Obviamente que não estou aqui fazendo apologia ao modo de orar tal como diz aquela canção evangélica “de joelho é melhor”, mas, sim, à prática da oração. Como oramos pouco! E quando oramos, ainda oramos mal pensando só em nossos interesses (cf. Tg 4.3).
A prática da oração dever constante, intensa e sempre buscando entender qual é a vontade de Deus (cf. Ef 5.17). A oração não é um atalho ou meio para conseguirmos aquilo que queremos de Deus, mas, sim, um instrumento para sabermos o que Deus quer de nós. É claro que tudo quanto nós quisermos para nós deveremos pedir a Deus, pois, é Ele quem nos abençoa, e é Dele que vem toda boa dádiva para nós (Tg 1.17). Contudo, nossa oração deve ser livre de qualquer ato egoísta, e para isso é muito importante que pratiquemos a intercessão por outras pessoas e a gratidão a Deus por tudo quanto Ele nos tem proporcionado.
Nesse sentido 1Tm 2.1 é muito claro e importante:
“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens”.
Observe que tudo está no plural: súplicas, orações, intercessões, ações de graças, evocando assim um hábito, atitudes que se repetem constantemente. Os hebreus tinham o costume de orar a Deus pelo menos três vezes ao dia (veja Dn 6.10,13). Mas, não há uma quantidade mínima específica, três, quatro, cinco, dez ou vinte vezes para orarmos durante o dia. Pelo contrário, a Bíblia nos diz que devemos orar sem cessar (1Ts 5.17). Enquanto não recebemos a resposta de Deus devemos continuar orando, e, quando recebermos a resposta, continuar agradecendo. Não devemos parar de interceder a favor de todos os homens, pois, essa é a vontade de Deus.
Chore por seus pecados aos pés do Senhor em oração; ore ao Senhor clamando o Seu perdão e a sua graça. “Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente” (Sl 84.11).
Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam

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