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Aconselhamento Bíblico Noutético – Orientação Para a Vida


Propriedade, causalidade e finalidade

   Em Rm 11.36 está escrito:

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas As coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”.

Com estas palavras, Paulo encerra a segunda parte doutrinária da carta aos Romanos (cap. 9 – 11), na qual ele trata do relacionamento de Deus com o povo de Israel. Pelo fato de Israel ter sido incrédulo para com o Senhor Jesus, não recebendo-O como o Messias prometido (9.1-5), a rejeição de Israel por parte de Deus em nada é incompatível com as Suas promessas e com a Sua justiça (9.6-18), e nem Deus é injusto em rejeitá-lo (9.19-29), pois, Israel é o único responsável por isso (9.30-33). Os judeus rejeitaram a justiça de Deus revelada em Cristo (10.1-15), e por isso mesmo não podem alegar falta de oportunidade (10.16-21). Mas, a rejeição de Deus para com Israel não quer dizer que Ele tenha voltado atrás em Sua Palavra, e ainda que Israel, num aspecto geral como nação tenha rejeitado a Cristo, haverá (como sempre houve) judeus convertendo-se a Jesus e recebendo-O como o Cristo prometido (11.1-10), e, por isso mesmo, Israel não será rejeitado por Deus em definitivo, isto é, completamente. Tudo está sob o controle soberano de Deus, pois, no momento em que Israel afastou-se de Deus, Ele não foi frustrado em Seus planos de constituir para Si um povo exclusivamente Seu. Por isso, abriu as portas da graça aos gentios, os quais jamais devem se ensoberbecer por isso (11.11-24). Usando a figura de um ramo de oliveira brava que foi enxertado numa oliveira cultivada, para mostrar que os gentios (oliveira brava) foram acolhidos na Aliança que Deus havia feito com Israel (oliveira doméstica), temos uma advertência para todos é:

“Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permanecerdes; doutra sorte, também serás cortado” (11.22).

E para que ninguém se ensoberbeça, as Escrituras nos mostram que todos os que são salvos, o são por causa da misericórdia de Deus única e exclusivamente (11.25-32). Daí, a conclusão exultante e jubilosa do apóstolo:

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (11.33-36).

Nas palavras do v.36 encontramos três verdades sobre o relacionamento de Deus com Seu povo: propriedade, causalidade e finalidade.  

A propriedade é vista nas palavras “Porque dele”, ou seja, porque Dele são todas as coisas. Tudo o que há no mundo, tudo o que está sobe a nossa posse e cuidado pertence a Deus; eis porque um dia Lhe prestaremos contas.

A causalidade é vista nas palavras “e por meio dele”. Ele é a causa de ser e existir de todas as coisas e seres. Ele é o Criador de tudo, e tudo e todos devem se submeter a Ele, e o farão docilmente nesta vida, ou inexoravelmente no Dia do Juízo.

A finalidade é observada quando a Bíblia diz “e para ele” são, existem todas as coisas. Nada há na história da humanidade que não glorifique a Deus. Até mesmo os atos perversos e pecaminosos dos demônios e homens pecadores contribuem para a glória de Deus, pois, Deus lhes impetrará o Seu justo juízo e condenação. Então, a Ele, e somente a Ele toda a glória deve ser dada eterna e ininterruptamente.

Se alguém lhe perguntar o que significa viver para a glória de Deus, diga: é ser Sua propriedade, é ver Nele a causa de tudo existir, e, viver cada momento com o propósito de glorifica-Lo.   

Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriem



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