O chamado do profeta Isaías descrito no cap.6 de seu livro é de uma beleza sem igual. Verdades preciosas são apresentadas ali às quais devemos atentar e meditar.
A declaração inicial é por si só carregada de um peso teológico imenso: “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (v.1). Estando ali no templo do Senhor Deus, Isaías tem essa visão.
O rei Uzias havia sido um bom rei para o povo de Deus. Mas, agora, o trono estava vazio porque ele morrera. Contudo, o trono dos céus nunca estará vazio, porque o Eterno Deus estará ali eternamente. Não haverá interrupção em Seu reinado. Que verdade preciosa temos para nós aqui. Saber que nada do que acontece neste mundo muda a realidade de que tudo está sob o domínio do Senhor Deus!
A glória de Deus preenche toda a Criação. Não somente os céus, mas, a terra está cheia da Sua glória. O templo foi tomado por ela e estremeceu (v.3-4).
A glória de Deus evoca a reverência dos seres mais santos (v.2-3). Os serafins que assistem na presença de Deus apresentam-se reverentemente diante Dele (“com duas [asas] cobria o rosto”), guardam seu estado de santidade perante o Senhor (“com duas [asas] cobria os pés”), e são céleres no seu dever (“com duas [asas] voava”).
A glória de Deus motiva a adoração comunitária. Os serafins voltavam-se uns para os outros e cada um dizia: “Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos” (v.3). A adoração é tanto um ato individual quanto comunitário. Não se pode interromper uma delas sem prejudicar a outra. Aqueles que se descuidam da adoração comunitária (com outros irmãos), certamente se descuidará da adoração individual (sua devoção).
A glória de Deus ressalta a pecaminosidade do homem. Isaías ao ver a glória de Deus não teve outra reação senão dizer: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos” (v.5). Ele foi tomado de um profundo temor diante de Deus. Sabia que o fulgor da glória de Deus poderia fulmina-lo por ser um pecador que vivia entre pecadores. O reconhecimento de sua miserabilidade ante à glória de Deus é essencial para que você receba da Sua misericórdia. Foi justamente isso que Isaías recebeu da parte de Deus, como nos mostra o próximo ponto.
A glória de Deus revela a Sua misericórdia aos Seus escolhidos. Da parte de Deus, um daqueles serafins veio e tocou nos lábios de Isaías com uma brasa viva que tirara do altar (v.6), e lhe disse: “Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado” (v.7). a brasa tocou justamente onde Isaías declarou sua pecaminosidade: nos lábios. A misericórdia de Deus toca na miséria do homem e o purifica com a Sua glória.
A glória de Deus convoca ao serviço. Depois de toda essa profunda experiência de transformação e purificação, o serviço é a resposta mais adequada. Qual a Trindade Santa questionava “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”, Isaías responde sem pestanejar: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (v.8). E a tarefa que Deus deu a Isaías foi muito difícil e é o terror de todos os pregadores (v.9-13). Ele pregaria para ninguém ser convertido, para que os ouvidos continuassem surdos, os olhos cegos, e os corações endurecidos. Mas, essa era a vontade de Deus, pois, o dia do Seu juízo sobre o povo estava por vir. Mas, Isaías não poderia fazer diferente.
Que essas verdades estejam presentes em nossa vida, e que o impacto da glória de Deus em nós produza esses mesmos efeitos.
Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam

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