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Aconselhamento Bíblico Noutético – Orientação Para a Vida


A Autoridade das Escrituras Sagradas

A Confissão de Fé de Westminster, no Cap. VII – Do Pacto de Deus com o Homem, no §VI, diz:

Sob o Evangelho, quando Cristo, a substância, Se manifestou, as ordenanças, nas quais este pacto é ministrado, passaram a ser a pregação da Palavra e a administração dos Sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor (Cl 2.17; Mt 28.19,20; 1Co 11.23-25); por estas ordenanças, posto que em número menor e administradas com mais simplicidade e menor glória externa, o pacto se manifesta com mais plenitude, evidência e eficácia espiritual (Hb 8.6-13; 2Co 3.9-11), a todas as nações – tanto aos judeus como aos gentios (Ef 2.15-19). Isto é chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos da graça diferentes em substância, mas, um e o mesmo sob várias dispensações (Gl 3.17,29).

Ao afirmar: “Não há, pois, dois pactos da graça diferentes em substância, mas, um e o mesmo sob várias dispensações”, a Confissão está dizendo que o Antigo e o Novo Testamento não são duas peças separadas, mas, uma e a mesma coisa. O Novo Testamento é a conclusão, o desfecho e a concretização do Antigo Testamento, e este é a base, o fundamento e o respaldo para aquele.

Há duas declarações, uma no Antigo e a outra no Novo Testamento que apontam para a unicidade, unidade e autoridade das Escrituras, são elas: “Assim diz o SENHOR” e “Está escrito”. Essas duas declarações estão intimamente ligadas.

No Antigo Testamente a declaração dos profetas “Assim diz o SENHOR” apontava para a autoridade da mensagem por eles trazida. O substantivo profeta (נָבִ֣יא) significa mensageiro. Um profeta não é um vidente (ainda que essa característica também estivesse presente); antes, ele era um mensageiro proclamando o que Deus lhe ordenava dizer ao povo. Por isso, ele não podia falar nada diferente do que o SENHOR Deus ordenasse, ou acrescentar algo às palavras de Deus que não tivesse sido autorizado por Ele; se o fizesse sofreria terríveis consequências incluindo a morte por apedrejamento. Então quando um profeta se levantava e começava a proclamar sua mensagem dizendo “Assim diz o SENHOR”, todos sabiam que Deus estava falando por meio dele.

Quando chegamos o Novo Testamento, encontramos os apóstolos utilizando uma declaração inteiramente relacionada à anterior, a expressão “Está escrito”. Um apóstolo de Cristo (ἀπόστολος) é um enviado (este é o significado do termo), portando a mensagem que Cristo lhe havia comunicado e ordenado que anunciasse aos homens (cf. João 14.26; Mt 28.20). Assim como aconteceu com os verdadeiros profetas de Deus no Antigo Testamento, também aconteceu aos apóstolos de Cristo, a saber, a autoridade deles dependia somente Daquele que os comissionara, e, por isso, não poderiam trazer uma mensagem, uma palavra que divergisse da que lhes foi divinamente ordenada.

Em Efésios 2.20, o apóstolo Paulo afirma que somos:

“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”

O que ele está dizendo aqui é que Cristo é o elemento unificador das Escrituras; tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos têm como base a pessoa de Cristo; em tudo o que os profetas do Antigo e os apóstolos do Novo Testamento disseram e escreveram, Cristo esteve presente espiritualmente agindo, revelando e orientando por meio do Espírito Santo, conforme 2Pedro 1.20-21:

20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;
21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.

Assim, não devemos selecionar qual parte das Escrituras devemos crer e obedecer, mas, devemos olhar para o seu todo, recebê-la em seu conteúdo total, nela crer e praticá-la, pois, ela toda é a palavra de Deus (2Timóteo 3.16-17).

Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam



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