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Aconselhamento Bíblico Noutético – Orientação Para a Vida


Coincidência ou Providência?

Agimos conforme cremos. Isto é um fato incontestável. Quem crê que tudo é obra do acaso, vê as coisas como meras coincidência (quando dois ou mais elementos coincidem, colidem, se encontram num mesmo ponto). Para esses, essas coincidências são um fim em si mesmas, não há mais nenhuma surpresa e objetivo nelas além delas. Os que creem em Deus e no Seu agir em nossa história e mundo, creem na Sua providência proposital, cumprindo um objetivo além do evento propriamente dito. Deixe-me ilustrar isso melhor.

Para aquele cuja a vida é uma somatória de coincidências, a cura de uma enfermidade não passa de um tratamento médico bem sucedido. Ele encontrou um médico habilidoso que encontrou a causa de sua enfermidade e soube aplicar o remédio e tratamento adequado.

Agora usemos a mesma situação e apliquemos a alguém que crê em Deus e na Sua providência. Ele fez uso da medicina, encontrou um bom médico que lhe ministrou um tratamento adequado, e foi curado. No mesmo momento em que ele sabe que Deus o abençoou proporcionando-lhe meios normais (medicina, médico, medicamentos, etc.), sabe também que Deus esteve ali presente no processo fazendo algo muito maior em sua vida que aquela cura. O que seria esse “algo muito maior”? Em Romanos 8.28-30 lemos:

28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

O bem para o qual todas as coisas cooperam (veja que não há nenhuma coincidência, mas, sim, um direcionamento dos fatos) é o propósito de Deus, e este propósito é duplo:
(a) para esta vida (v.29): o que inclui a nossa conformação com a imagem de Jesus (o nosso caráter ser cada vez mais semelhante ao de Cristo), e a exaltação de Cristo, como fica claro no final do versículo, “a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
(b) para a eternidade (v.30): ao falar sobre os atos salvíficos de Deus (ações de Deus para efetuar a nossa salvação), Paulo usa todos os verbos deste versículo no passado (no Grego, estes verbos estão no aoristo, que indica uma ação pontual e que não se repete mais uma vez realizada, mas, ao ser traduzido para o nosso idioma, é na tempo passado por não termos o aoristo em nossa língua). Observe os verbos: predestinou, chamou, justificou e glorificou. Todos esses verbos, com exceção de “glorificou”, são ações que Deus efetuou no passado (predestinação, chamado e justificação); a glorificação será no futuro, pois é o último ato de Deus na vida de Seus filhos antes de eles entrarem no céu. Para que aconteça a glorificação, a santificação dos filhos de Deus deve ser levada ao seu fim. Digamos que a glorificação seja a “diplomação” dos santos, claro que não será pelos méritos deles, mas, pelos merecimentos de Cristo.

Os que creem em coincidências, ainda que experimentem alegrias nesta vida, jamais serão capazes de perceber um fim maior para os eventos de suas vidas. Os que creem em Deus, ainda que atravessem momentos amargos e dolorosos, sabe que tudo isso, não somente coopera, como também é transitório e temporário tendo em vista a gloriosa eternidade que os aguarda.

Crer em coincidências faz da nossa vida algo sem sentido. Crer em Deus e em Sua providência nos faz não somente enfrentar as circunstâncias mais adversas da vida com paciência, como principalmente, usufruirmos do amor de Deus que está nos preparando para algo infinitamente maior.

Rev. Olivar Alves Pereira
Ad Majorem Dei Gloriam



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